HEAVY METAL Investidor: A Regra dos 4% de William Bengen funciona? (Parte 2)

terça-feira, 19 de novembro de 2019

A Regra dos 4% de William Bengen funciona? (Parte 2)

 No meu post anterior, apresentei o artigo original de Outubro de 1994, do consultor financeiro americano William P. Bengen (Link: Determining Withdrawal Rates Using Historical Datas). A idéia inicial foi a de apresentar os estudos, gráficos, dicas e opinião do autor, debater a aplicação da famosa "Regra dos 4%", sem até aqui discutirmos ainda o mérito final da mesma. E não será neste artigo também.

 Como esperado, muitas perguntas já surgiram após o post citado e inclusive elas influenciam beneficamente, pois trazem um "Brainstorm" ao debate do assunto aqui proposto e muito agregam na interação entre "escritor x leitor", melhorando a qualidade do conteúdo que tento transmitir. Mais perguntas, claro, exigem mais e melhores respostas. E lembrando, não escrevo para mim mesmo! 


 Neste post, portanto, as perguntas feitas até aqui já passam a influenciar na montagem do texto ("Bells and Whistles", o item final da imagem acima), no objetivo comum de responder a pergunta principal: a Regra dos 4% funciona? É o que vamos avaliar juntos. 

 Na pesquisa que fiz em blogs e sites americanos, como o ótimo blog "Kitces.com", de Michael Kitces, li este artigo (link): The Ratcheting Safe Withdrawal Rate – A More Dominant Version Of The 4% Rule?



 Devemos usar uma regra fixa de saque anual inicial para aposentadoria (SAFEMAX ou Safe Withdrawal Rate - SWR), de apenas 4%, adicionando nos anos seguintes apenas a correção da inflação ou deflação sobre este mesmo valor por no mínimo 30 anos? Ou podemos iniciar com saques ainda maiores? Podemos mudar o valor dos saques? Quando? É o que vamos ver.

1- O Surpreendente "Upside" de uma Taxa Segura de Retirada de 4% (SWR/SAFEMAX, ou TSR em português)


 "(...) Na verdade, o SAFEMAX histórico inicial que teria funcionado para um portfólio 60% em ações/40% em Bonds (lembro aqui, que o estudo inicial de Bengen era com um portfólio 50%/50%, mas sugeria ate 75% em ações) em qualquer período particular com 30 anos de duração, variou de 4% a 10%, e  a mediana é próxima de 6,5%

 Mas como nós não necessariamente sabemos se os próximos 30 anos serão parecidos com a média, as altas, as baixas, a idéia da TSR (o mesmo que SAFEMAX) foi simplesmente para lidar com todos os intervalos de tempo como se pudessem se tornar o pior deles".

 O gráfico abaixo é de 2015, assim como o artigo do Kices, por isso mostra uma simulação mais ampla e com mais anos (de 1871 a 1985, assim temos 30 anos de 1985 até 2015). Portfólio 60% em ações.






 "(...) Ainda assim a ressalva a Regra dos 4% é que na verdade, a esmagadora maioria dos cenários históricos não necessitam da regra dos 4%, ou qualquer coisa perto disso, e terminam com um significativo excesso de riqueza não gasta no final. Como notado mais cedo, a TSR (ou SAFEMAX) inicial média que teria funcionado era acima de 6%. E ao sacar apenas 4%, e permitir ao portfólio ter altos juros compostos, a realidade é que a Regra dos 4% na verdade tem uma extraordinária alta probabilidade de deixar sobrar uma quantia significativa de riqueza, ao final do período de 30 anos".


 Até aqui, vemos que a Regra dos 4% funciona e muito bem, na opinião de Bengen e também de Kitces, que ampliou e atualizou os dados do primeiro, usando informações desde 1871. O gráfico acima mostra que em nenhuma situação, o dinheiro acabou antes dos 30 anos e na imensa maioria dos anos de aposentadoria estudados, o capital inicial além de preservado, multiplicou e muito. 

 Em mais de 90% dos períodos de 30 anos estudados, o capital final é maior que o inicial. Em 2/3 dos casos, mesmo após 30 anos de saques pela Regra dos 4%, o capital final é mais que o dobro do capital inicial. Em 1/6 dos casos, o capital final é 5 vezes maior!

 Em apenas 12 de 115 períodos de 30 anos corridos, começando em 1871 até 1985, o aposentado que começou hipoteticamente com 100.000,00 dólares numa carteira 60%/40% anualmente rebalanceada, terminou com menos que o seu capital inicial.


  Apesar de alguns questionarem se a Regra dos 4% não é "muito alta" diante do cenário atual de baixa rentabilidade (baixo Yield), ela foi criada justamente para períodos de baixo retorno, visto que Bengen utilizou o pior cenário possível para determinar os 4% de SAFEMAX. A grande verdade é que a média dos SAFEMAX em seu estudo original foi de 6,5%, mas de forma muito conservadora ele escolheu o pior cenário visto em seu estudo com dados históricos do mercado americano, adotando assim os 4%.


 Alguns criticam a Regra dos 4% dizendo que ela é "altamente ineficiente", pois ela na verdade tem uma alta probabilidade de riqueza excedente (acreditem!). Bom, melhor sobrar do que faltar! Mas achar um meio de aumentar os saques anuais do nosso portfólio de aposentadoria, sem correr o risco do dinheiro acabar no meio do caminho, é muito interessante.

 Kitces tem uma sugestão de como resolver este "problema" de excesso de dinheiro ao fim de 30 anos, usando o SAFEMAX. Vem a seguir.

2- Aumentos Escalonados de Gastos a partir do piso mínimo da "Regra dos 4%"


 O SAFEMAX foi criado como um piso mínimo de rendimentos a serem sacados do portfólio de aposentadoria acumulado, visando os piores cenários possíveis. Mas não significa que os gastos (saques) nunca devam subir, ainda mais se não ocorreu nenhuma queda forte do mercado, logo no início da aposentadoria ("sequence of return risk"- falarei disso em outro post), que seria algo devastador para o futuro do portfólio, dependendo do tamanho da queda e por quanto tempo. O inverso também vale: é uma grande ajuda para a carteira de investimentos acontecer um belo de um bull market, assim que alguém se aposenta.

 Nenhum consultor financeiro vai se sentar com um cliente aposentado de 86 anos de idade, que se aposentou com 1 milhão de dólares e agora tem 5 milhões aplicados devido a um ótimo "bull market" no começo da aposentadoria, e dizer a ele: "você não pode gastar mais nenhum centavo além dos atuais 75.000,00 dólares por ano de SAFEMAX, definidos 21 anos atrás (pela Regra dos 4%)". Óbvio que no mundo real, após anos de bons retornos, é seguro gastar mais e as pessoas podem e fazem estes ajustes. 

 O que não se sabe ainda é quando devemos considerar, depois de aposentados, qual é a hora segura de se aumentar o SAFEMAX


 Uma maneira simples de estabelecer um "patamar" novo, com maior renda, basta o compromisso de que o SAFEMAX só será aumentado (acima e além do ajuste anual da inflação) assim que o portfólio tiver crescido 50% em relação ao patrimônio inicial. Se era 100 mil dólares, só haverá aumento do saque caso a conta esteja em 150 mil dólares; 1 milhão, então, tem que ter 1,5 milhão de dólares acumulados. 

 A regra sugerida por Kitces é simples: aumente o saque anual em 10% (acima e além do ajuste anual da inflação), mas somente quando o portfólio aumentar em 50% do que era na data inicial da aposentadoria. Mas só faça isso de 3 em 3 anos (no máximo!), para não aumentar muito e muito rapidamente a alavancagem do SAFEMAX.

 Abaixo, vemos os anos de 1966, 1973 e 1982, aplicando os estudos e a sugestão do Kitces. O ano de 1966 não teve nenhum aumento da SAFEMAX, devido a anos de alta inflação e de mercados ruins - nunca bateu os 50% de alta no portfólio. O ano de 1973 conseguiu resultados acima de 50% após 17 anos de aposentadoria, e engrenou uma série de aumentos na última década de aposentadoria. E 1982 foi só alegria, pois a data de aposentadoria ocorreu exatamente no ínicio de um bull market, permitindo assim um aumento no SAFEMAX a cada 3 anos, por todo o período de 30 anos. 



 Abaixo, segue o gráfico comparativo do portfólio final  (PF) usando o aumento gradativo (escalonado) do SAFEMAX (linha verde) e usando a Regra dos 4% tradicional (linha amarela). Obviamente, quando aumentamos ao longo dos anos o valor do saque anual, isso tem influência negativa no montante final da reserva de dinheiro acumulada, que será menor, mas em troca de maior uso deste dinheiro pelo aposentado ao longo dos anos programados - e é esta justamente a idéia! 



 Porém, em nenhum cenário estudado, o dinheiro acabou antes do prazo esperado, mesmo com os "aumentos escalonados" que aumentaram o valor do SAFEMAX, ou mesmo estes saques (depois de corrigidos pela regra do Kitces) tiveram que ser reduzidos em algum momento para poder garantir a sustentabilidade do PF por 30 anos. 

  Em outras palavras, assim como o propósito da Regra dos 4% é colocar as despesas baixas o suficiente para que mesmo em períodos muito ruins, ainda assim se mantenha o SAFEMAX, a idéia destas regras de escalonamentos (alavancagem) é que - como uma "catraca"- os ajustes nas despesas sejam sempre em apenas uma direção (pra cima) e nunca retrocedam, ao serem aplicadas de uma maneira conservadora suficiente para simplesmente manter um valor crescente do patamar de renda e que seja sustentável.  

 No final, Kitces cita que seu artigo não é conclusivo e nem perfeito, mas que é uma opção a ser avaliada como uma melhoria da Regra dos 4%. Lembra ainda que muitos dos críticos a esta regra, que alegam sua ineficiência, na verdade isso se deve a uma interpretação errônea da mesma, ao ser aplicada de forma excessivamente rigorosa (inflexível), como um programa de "piloto automático cego", sendo que esta nunca foi a intenção de William Bengen, o qual como consultor, se reunia e reavaliava de tempos em tempos com seus clientes as estratégias a serem tomadas - ou, a manter. 

 Inclusive, em Agosto de 1996, no seu segundo artigo publicado no mesmo Journal of Financial Planning (link: Asset Allocation for a Lifetime), Bengen no gráfico da página 64 (figure 9) mostrou que: para um SAFEMAX de 5% (com 45 a 65% em ações), um horizonte de duração de 20 anos para o portfólio; com 4%, um horizonte de 30 anos e com 3,5%, 45 anos. Portanto, mostra que a Regra dos 4% foi criada como uma balizadora, mas não uma determinante. 



 Cito ainda seu terceiro artigo, de Dezembro de 1997 (Link: Conserving Client Portfolios During Retirement, Part III), com novas simulações. Este ótimo artigo mostra a inquietude e determinação do autor em buscar um caminho prático, funcional e que servisse de parâmetro para quem busca na matemática financeira um caminho para a aposentadoria sem depender de benefícios públicos. Segue um resumo das idéias nele apresentadas:


1) Avaliou aposentadorias iniciando desta vez em trimestres (1º dia de cada trimestre), comparadas graficamente com o estudo anterior, onde a aposentadoria era sempre no dia 1º de Janeiro de cada ano, com a mesma intenção de garantir no mínimo 30 anos de durabilidade do portfólio (usando o SAFEMAX), independente da data escolhida para aposentar. 



2) Usou desta vez o que chamou de "phased down portfolio", onde a cada ano consecutivamente ele reduziria em 1% a exposição a ações na carteira. Incluiu 30% de Smallcaps ao grupo das ações (..."poderia ser até 40%"), conseguindo os resultados: uma SAFEMAX de 4,26% com 100% de sucesso para 30 anos de aposentadoria e retiradas anuais, 4,5% com 96% de sucesso, 4,75% com 92% e 5% com 90%. O gráfico de 1994, sem Smallcaps, mas contendo a mesma estratégia "phased down portfolio", está a seguir também, para comparação (Chart 6, segundo gráfico abaixo).



3) Recomendou no máximo até 10% do dinheiro da parte da renda fixa ser alocado em "Treasure Bills" ou T-Bills (são títulos do tesouro americano que vencem em 1 ano, curto prazo). Esta praticamente não afetou o SAFEMAX (num mix de 55% a 75% ações e restante em RF) e trás certa liquidez a carteira, como também é uma fonte de dinheiro de emergência. 

 Mas, contraindicou tentar trocar parte das ações por T-Bills (isto é, aumentando a parte em RF), com alto risco de afetar gravemente o SAFEMAX.




4) "As a final word, it is fair to conclude that cash is indeed trash, in long-term investment portfolios, particularly when the client in seeking to maximize withdrawals"

 Guardaram esta frase? Bengen viu em seus estudos o que todos nós sabemos: clientes conservadores preferem a "segurança" de grande parte do seu dinheiro aplicado em renda fixa e baixa alocação em ações. Ironicamente, são os que mais sofrem com esta estratégia. Hoje, entendo o porquê do Barsi chamar a RF de "perda fixa".





5) Clientes mais longevos necessitam de um portfólio com mais ações, algo como 75% pelos gráficos do estudo, onde o valor do portfólio final após 35 anos é mais que o dobro do grupo com apenas 50% em ações. O gráfico mostra simulações com 50, 63 e 75% em ações, respectivamente.


6) Diferente do que muitos dizem e também escrevem, Bengen não advoga que a Regra dos 4% é imutável e espartana! Por isso, a vital importância de ler os artigos originais do autor e "beber na fonte". Ter certeza, ao invés de "achar".

 Para períodos de "crash" do mercado, de bear market e que afetarão a longevidade do portfólio e a eficácia da estratégia do SAFEMAX, ele sugeriu que a mesma fosse reduzida e que seja feito o recálculo da retirada anual, de acordo com as variáveis do momento (inflação, porcentagem de queda do portfólio, duração do bear market), não avendo uma regra fixa para isso e que varia também, por analogia, de cliente para cliente diante do simples fato: quanto cada um pode cortar dos seus gastos?



 Este último gráfico abaixo, mostra a correlação gráfica entre a composição do portfólio de aposentadoria, porcentagem do SAFEMAX e a idade inicial da aposentadoria, sendo que o horizonte é de 50 anos para quem aposentou aos 45 e de 25 anos para quem aposentou aos 70 (meta = 95 anos). Quanto maior a idade ao se aposentar, maior o saque inicial permitido, como também é mostrada a correlação com um portfólio "ideal" com um intervalo de 50 a 65% em ações (também aumenta o SAFEMAX, para todas as idades). 




  OBS: Existe material suficiente na Internet para escrever uma "Bíblia" nova (talvez, umas 100!), somente sobre o assunto "Regra dos 4%". Este foi o meu segundo post, até agora foquei na origem histórica da regra, para poder de agora em diante focar naquilo que é justo ou não em relação a mesma. Tenham certeza, somente neste post gastei mais de 12 horas. 

 Caso percebam algum erro na tradução, ou mesmo no texto, conto com a colaboração de todos e comentem por favor - já passou de meia noite, estou bem cansado após horas lendo e digitando.

 O artigo do Kitces acima discutido, foi incluído devido ao seu perfil comparativo com o artigo original de Bengen (com mais períodos e está atualizado) e também pela idéia da flexibilização que trás, sobre o saque anual. Outros artigos, de autores diferentes, serão incluídos nos próximos posts.

 Pretendo seguir com mais 3 ou 4 posts, no máximo, mas entendo muito bem o questionamento de muitos colegas quanto a validade do SAFEMAX. Quando um assunto tão complexo, que envolve tantas variáveis (idade de aposentadoria, juros, ações, mercados diferentes, dividendos, composição de portfólio, tempo, alta ou baixa da bolsa, inflação...) é abordado, sempre teremos muitos questionamentos. 

 Por isso, estou tendo todo o cuidado na elaboração dos posts, numa sequência que seja lógica a todos e assim poderemos: chegar a uma nova conclusão, reforçar uma antiga conclusão ou (KKKKK...) esquecer de vez este tema! Há espaço para todos os de boa fé e que gostam do assunto IF ou FIRE. Abraço!

 Se você ainda não leu, segue o link para o post número 1: 
- A Regra dos 4% de William Bengen funciona? (Parte 1)




14 comentários:

  1. Sensacional! Sou novo neste mundo dos investimentos, HM parabéns pelo posto e dedicação com este trabalho imenso! Chegando do trabalho agora kkk.. Excelente! Irei acompanhar seu blog, pois achei sua personalidade e comentários sensacionais, além do seu trabalho é claro com a informação! Showw!

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  2. Olá, HM.

    Parabéns pelo excelente trabalho. O post está sensacional. O mais completo em língua portuguesa que já li.
    Estou alocando quase tudo em RV. Até agora estou colhendo bons frutos. Claro, são só 3 anos. Sei que irão acontecer várias crises, mas a ideia é manter a maioria do capital em RV.

    Abraços!

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  3. Maravilhoso post! Sempre me interessei pela história de IF, FIRE. Aguardando os próximos posts.

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  4. É por isso que eu não vou parar de trabalhar mesmo podendo. Não consigo investir em renda variável e ver meu dinheiro flutuar. Prefiro trabalhar pra sempre, tendo meus milhões fixos e viajar nas férias como todo mundo faz. FIRE não é pra mim

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  5. Post esclarecedor e fascinante! Salvei o texto para ler novamente com mais calma. Obrigada

    viversempressa.com

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    1. Bem vinda, VSP! Te adicionei no Blogroll, se puder retribua.

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  6. Otimo texto! Excelentes análises! Eu ainda não havia lido em lingua portuguesa um texto tão completo e detalhado sobre TSR e FIRE.
    Aguardando os próximos posts. No final voce pode compilar tudo e formatar em um belo e-book.
    Parabéns pelo trabalho!

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    1. Gostei da sua idéia! Vou procurar ser o mais isento e fiel possível aos textos que li, desde os originais de Bengen até os que questionam sua estratégia.

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  7. Muito bom. Vou colocar um link no nosso post sobre a TSR para se alguém quiser conhecer mais a fundo a história da mesma aqui. Abcs

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  8. Enquanto isso, aqui no brasil: Professor é afastado após pedir redação sobre 'sexo oral e anal' a alunos do 6º ano - https://diarioarapiraca.com.br/noticia/brasil/professor-e-afastado-apos-pedir-redacao-sobre-sexo-oral-e-anal-a-alunos-do-6%C2%BA-ano/6/61156

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  9. Porra é a segunda noite que esse rock tocando no fundo da pagina automatico acorda meu filho de 2 anos ! kct kkkk

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    1. Tamo junto, bom que seu filho vai crescer ouvindo boa música.

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  10. Olá.

    Gostaria de compartilhar minha situação e pedir sua opinião (e de quem quiser opinar). Eu não consigo me interessar por essa regra dos 4%.

    Possuo uma taxa de poupança anual mínima de 50% (atualmente, ela está em torno de 58%-60%. Considero o total líquido recebido no ano, incluindo 13º salário e excluindo o terço de férias. Essa taxa de poupança me permite viver com razoável nível de conforto. Evito gastos em itens que geram muitas despesas, como automóvel, mas não deixo de fazer uma viagem de férias anual com minha mulher, ainda que de apenas uma semana).

    Tenho 37 anos.

    Portfólio atual: 84% em ações e 16% em renda fixa (Tesouro Selic).

    Os dividendos que recebo anualmente já cobrem minhas despesas (isso ocorreu neste ano. Pode não se repetir em 2020).

    Acabei de ser pai e pretendo ter pelo menos mais um filho. Logo, minhas despesas aumentarão nos próximos anos.

    Minha ideia é a seguinte:

    Poder escolher se quero parar de trabalhar ou trabalhar menos horas semanais quando eu tiver idade entre 45 e 50 anos (portanto, daqui a 8-13 anos).

    Para que isso seja possível, pretendo atingir uma renda passiva equivalente a 2 vezes minha renda líquida anual proveniente do trabalho.

    Fixei em 2 vezes a renda para evitar o risco de a renda passiva não cobrir minhas despesas no caso de queda dos dividendos em alguns períodos.

    Penso em continuar mantendo as despesas até o limite de 50% da minha renda líquida do trabalho (provavelmente esse percentual vai aumentar, mas não deverá chegar perto de 100% da renda).

    Isso significa que eu viveria com aproximadamente 25% da renda passiva e reinvestiria o resto na geração de mais renda passiva. Isso me daria uma boa margem de segurança no caso de queda no valor dos dividendos.

    Considero ainda que os dividendos tendem a crescer ao longo do tempo (se as empresas das quais sou sócio forem bem administradas) e espero que esse crescimento seja igual ou superior à inflação.

    Como tenho uma grande alocação em ações, estou investindo os dividendos e novos aportes no tesouro Selic, de modo que eu possa aproveitar eventual queda/crash nos preços das ações nos próximos meses/anos (sabemos que isso ocorrerá em algum momento).

    Se o valor das minhas ações se mantiver no patamar atual até o final de 2020, estimo que minha carteira ficará da seguinte forma: 75% em ações e 25% em Tesouro Selic.

    Se não ocorrer queda/crash das ações até lá, a intenção é seguir aplicando em Tesouro Selic até ficar com 40-50% em renda fixa.

    Gostaria de uma opinião a respeito da minha estratégia.

    Parabéns pelo site. É uma inspiração para mim.

    Obrigado.

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    1. Meu amigo, parabéns digo eu pela sua idade e por tudo que já alcançou. Vc vai alcançar a IF, eu tenho certeza disso. Vc tem dúvidas? Eu não tenho. Só tem que ajustar os cálculos agora para as despesas com um e depois, com 2 filhos.

      Sugiro que você leia todos os posts sobre o SAFEMAX e verá que da sua maneira, você está fazendo algo muito similar. A regra de Bengen não é fixa e pode ser ajustada quando quiser. Entenda algo bem mais simples que o SAFEMAX: sua bola de neve, seu nest egg pode ser tão grande, que ao decidir se aposentar, sacar 2% será mais que suficiente para viver muito bem. Aguarde por favor meu post final, com minha opinião sobre este tema tão legal. No mais, gente como você funciona com 1, 2, 4, 5%... Vai seguir aumentado seu patrimônio, mesmo sacando dele. Orgulhoso por receber gente como você aqui. Qual seu primeiro nome? Não precisa do nome todo, só para poder te identificar da próxima vez.

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