HEAVY METAL Investidor

sábado, 19 de março de 2011

Valor Atual da Carteira HEAVY METAL - Março de 2011 (D.C.)

 Colocarei o valor da Carteira HM no dia 19 de cada mês, visto nesta data já ter recebido os proventos dos FII. Este mês entraram na carteira um novo FII (TRXL11) e uma nova ação (CSNA3). Descrição dos valores dos ativos da Carteira HM na presente data:

1- Ações: 676.354,90 reais.

2- Fundos Imobiliários: 237.527,00 reais.

3- Previdência Privada: 210.919,10 reais.

4- Empréstimo a 1% ao mês: 120.000,00 reais.

TOTAL: 1.244.801,00 reais.


 *Proventos recebidos: 1.972,33 (FII) + 1.200,00 reais (empréstimo) = 3.172,33 reais. Este valor foi todo reaplicado em novas compras para a Carteira HM (viva os juros compostos!!!).

 No mês de Fevereiro a Carteira HM estava em 1.159.000,00 reais, portanto houve um aumento de 85.801,00 reais. Esse valor expressivo é devido tanto aos aportes feitos (30.326,97 reais) quanto à valorização dos ativos em carteira (55.474,03 reais). Os aportes vieram de três fontes:

A- 3.172,33 reais (juros + dividendos supracitados).
B- 2.340,00 reais (venda coberta de opções).
C- 24.814,64 reais (dinheiro novo).
TOTAL: 30.326,97 reais.

 Em percentuais, a Valorização Bruta da Carteira HM (aportes + alta dos ativos em carteira) foi de 7,4%. Excluindo os aportes feitos, a Valorização Líquida foi de 4,78%.

 Antes que alguém saia copiando a carteira HM pela valorização atual, lembro que ainda estou recuperando prejuízo em PETR4 e para fins de idoneidade com os leitores e comigo mesmo, só considerarei LUCRO ao alcançar meu PM em PETR4. Por isso a venda coberta de opções tem sido tão importante. Dia 21/03/11 vence a série C de opções, aí aguardarei graficamente um ponto de venda bom para lançar a série D (de preferência, num valor acima de 1,20 reais por opção vendida).

 Os FII deram um rendimento líquido de 0,87%, queda de 0,05 pontos % em relação ao mês anterior. Em breve entrará na carteira o FII BCFF11B cuja reserva de cotas já encerrou devido a alta demanda pelo mesmo (reservei 200 cotas). O que se nota claramente em minha estratégia são os aportes feitos e o reinvestimento de TODOS os juros ou dividendos recebidos. O "Asset Allocation" diminuiu em muito a oscilação negativa que tive em 2010 e aumentou meus lucros, como também diminuiu meus riscos. Pretendo aumentar as compras nos FII e estou esperando os Títulos do Tesouro pagarem 12% (ou mais... rsss) líquido ao ano nos Pré-fixados, aí devo entrar nos mesmos E vou deixando o tempo trabalhar a meu favor.




"Time is Money..."

 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Venda Coberta de Opções de Compra: vale a pena???

 Vou discutir rapidamente sobre um assunto que muitos falam, criticam as vezes e poucos fazem de forma correta: Venda Coberta de Opções de Compra ("covered-call" ou "financiamento", como é também chamada esta operação com as opções de compra ou "Calls"). Não tenho a intenção de mudar a opinião de ninguém, apenas vou citar minha experiência pessoal sobre o tema. 

 No começo da minha jornada como investidor eu tinha algumas ações em carteira, mas muito concentrado em VALE5 e PETR4. Foi então que descobri o assunto OPÇÕES, li muito a respeito do tema (talvez uns 6 livros), fiz um curso e pratiquei das maneiras mais diversas possíveis: venda coberta de opções de compra, venda descoberta e muito alavancada (a famosa corda para enforcar a si próprio...), compra a seco de opções de compra, compra de opções de venda (ou "Puts"), travas de baixa, travas de alta, collar, algumas borboletas... Enfim, uma loucura de tempo desperdiçado e saindo com enorme desgaste emocional e pouco retorno financeiro. Foi quando aprendi uma regra básica e simples: venda coberta é para remunerar sua carteira, te pagar uma taxa de juros extra, visto não haver garantias de alta de suas ações (ou queda). Mas o dinheiro recebido pelas opções vendidas, entra no seu bolso de verdade...

 Podemos perder uma alta do ativo, mas nunca perder dinheiro na operação. Existe um artigo intitulado "Better than Buy and Hold", do Site "The Motley Fool",  que mostra claramente que nos últimos 20 anos do S&P 500 a venda coberta de opções de compra (de empresas sólidas) teve um retorno de aproximadamente duas vezes o índice!!! Isso é ruim? Arriscado? Não acho. Leiam parte do texto do citado artigo: 

"Because of the income they bring and the defensive power they can add to a portfolio, covered calls have approximately doubled the return on the S&P 500 over the past 20 years. Combining covered-call writing with solid stock selection and a buy-and-hold mentality is a Foolish recipe for even better performance -- making you extra money on quality companies while letting you sleep well at night."

 Cito agora minha experiência com a VCOC nos últimos 12 meses: fiquei meio de saco cheio de vender opções no início de 2010 e dei uns meses de folga na operação. PETR4 estava subindo e eu deixei a ação "andar" sem estar travado com as opções. Erro Crasso: PETROSSAURO de 39,xx veio aos 23,85. Voltei então a fazer VCOC há aproximadamente 5 meses e recebi mais de 56.000,00 reais limpinhos nas últimas vendas somadas. Continuo com a mesma quantidade de PETR4 em carteira e todo o lucro virou novas ações ou Fundos Imobiliários - menos novas PETR4, pois minha posição ainda é muito grande na mesma. Hoje, ela patina entre os 26 e os 29 reais (está "de lado") e não tenho tanta fé em alta sustentável no curto prazo. Baixei meu preço médio em mais de 3,50 reais até a presente data e sei que vou mais longe, pois no meu atual patamar de preço eu estou seguro se for exercido ou mesmo precisar rolar a operação para o mês seguinte. O segredo da venda coberta é se deixar exercer se a taxa de lucro for boa, recomprar a mercado e vender novamente ATM ou 1 Strike acima (OTM). Sugiro a leitura do artigo que citei, tirem suas próprias conclusões.




"Make Your Money Happy!!!"


segunda-feira, 14 de março de 2011

Tesouro Direto rende mais que a bolsa na década

 Artigo retirado do site "Monitor Investimentos", muito interessante e mostra como a diversificação de investimentos é importante. Apesar de hoje os Títulos do Tesouro não estarem com taxas de juros tão elevadas como no passado recente, nada impede que um estouro na inflação e uma alta substancial da taxa SELIC tornem os mesmos muito atrativos novamente (visto a existência de títulos atrelados a taxa SELIC ou a inflação). Lembrando que certos T. Tesouro batem muitos fundos DI e CDBs na presente data, mas eu tenho preferido os FII até que veja atrativos maiores nos citados títulos - algo acima de 12% líquido de juros ao ano nos pré-fixados, por exemplo. 


Retorno médio dos títulos públicos indexados à inflação alcançou 402% entre 2001 e 2010; já a bolsa garantiu lucro de 354%

 "Dezenas de estudos realizados em diversos países já demonstraram que, no longo prazo, as ações são a melhor opção de investimento. A explicação mais comum para o fato é a de que o mercado cobra um prêmio para correr o risco de aplicar em renda variável. Outra justificativa é de que as empresas realizam investimentos com o objetivo de obter retornos superiores aos da renda fixa - do contrário, também elas deixariam o caixa aplicado em títulos públicos ao invés de investir de ampliar a capacidade produtiva. O que parece ser lógico na teoria, entretanto, não se confirmou na prática no Brasil entre 2001 e 2010. Segundo pesquisa do Instituto Assaf, a aplicação em títulos do Tesouro Direto levou a um ganho de 402% na última década. Já os investimentos em bolsa renderam 354% - menos, portanto, que a segurança da renda fixa.Retorno dos investimentos entre 2001 e 2010.

 A pesquisa considerou o ganho médio obtido em toda a última década por quem investiu em Notas do Tesouro Nacional com rendimentos pós-fixados atrelados a um índice de inflação – recomendados por especialistas para quem planeja proteger o capital da alta dos preços e ainda conseguir algum lucro. Já o resultado das ações foi medido pelo Ibovespa, o principal índice de ações de bolsa paulista. Muita gente que investiu em determinados fundos de ações mais bem-sucedidos ou que usou a técnica de só comprar as ações na baixa e vendê-las na alta pode, portanto, ter batido o Tesouro Direto. A pesquisa mostra, entretanto, que, na média, os títulos públicos foram uma melhor opção.


 As diversas crises da última década influenciaram o resultado mais fraco da bolsa. Desde 2001, o Brasil passou pelo apagão de energia, a crise da eleição do presidente Lula e diversos escândalos eleitorais. Já o mundo atravessou a crise argentina, a guerra no Iraque e o subprime, entre outros movimentos que afetaram as aplicações financeiras.

Inflação

 Outra conclusão importante da pesquisa é que guardar dinheiro ajuda o brasileiro a ficar mais rico. Todas as aplicações incluídas na pesquisa apresentaram um desempenho superior ao da inflação na última década -com exceção do dólar. A inflação de 90% acumulada pelo IPCA nos últimos dez anos foi menor que a taxa Selic (317%), o ouro (303%), a renda fixa (270%), o CDB (248%), os imóveis (131%) e a poupança (124%). Mico da década, o dólar caiu 17,5%.

 Em relação aos imóveis, não é possível tirar grandes conclusões. Como não existe um indicador que meça a valorização imobiliária média no Brasil, a pesquisa do Instituto Assaf utilizou o Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) como referência para o cálculo da oscilação dos preços. O indicador não é preciso porque reflete o aumento dos custos para a construção de um imóvel, mas não leva em consideração fatores como a especulação imobiliária. Além disso, quem investiu na compra de um imóvel e o colocou para locação obteve receitas que não foram incluídas nesse ranking".

Fonte: EXAME.com - 08/02/2011 





"Brick to brick, bill to bill, make your Wall of Money"





domingo, 13 de março de 2011

Os dez mandamentos do Investidor, na visão de Lírio Parisotto

  Este post pode ser encontrado facilmente numa busca pelo Google, mas creio que muitos não conhecem o Sr. Lírio Parisotto e sua trajetória épica na Bolsa de Valores brasileira. Vale a pena ler e reler o texto, que serve de aprendizado aos novatos e de alerta aos afoitos.

Os Dez Mandamentos do investidor, na visão de Lírio Parisotto

 Lirio Albino Parisotto, empresário nascido em Nova Bassano, interior do Rio Grande do Sul, já foi agricultor, seminarista, bancário, médico, comerciante. O hoje proprietário da Videolar, empresa líder no mercado brasileiro em DVDs e Blu-ray, é um dos maiores investidores pessoa física da Bovespa.

 O início de Parisotto no mercado de ações ocorreu em 1971, quando ele venceu um concurso de monografias organizado pelo Ministério do Exército. O prêmio, uma quantia em dinheiro equivalente ao valor de um Fusca, foi todo aplicado na Bolsa - e, em pouco tempo, o investimento foi todo perdido. Sem formação em economia ou no mercado acionário, o empreendedor leu muito sobre como investir e, apesar do primeiro fracasso, não desistiu. Quinze anos depois entrou novamente no pico do mercado, investiu US$ 500 mil na bolsa – parte do capital da Videolar, empresa ainda em seu início – e perdeu 40% da aplicação. Mas não desanimou. No início dos anos 1990, com um investimento de US$ 2 milhões (em valores da época) e uma meta fixa para sair do mercado assim que o valor dobrasse, aplicou novamente em ações. Após um ano, conseguiu US$ 8 milhões de retorno.

 Com o investimento bem sucedido, o empresário recuperou os prejuízos anteriores e comprou a participação de seu sócio na Videolar. Depois de um período sem investir, Parisotto aplicou, em 1998, US$ 6 milhões e formou sua carteira de 11 empresas, sempre reinvestindo os dividendos e aplicando mais dinheiro para aumentar o portfólio acionário. 

 Na crise financeira de 2008, o investidor – que perdeu R$ 1 bilhão em cinco meses – conseguiu se recuperar rapidamente. Não vendeu suas ações e aproveitou o momento para comprar, aplicando R$ 300 milhões. Seu patrimônio cresceu com a retomada da economia. Em sua carteira estão empresas dos setores de siderurgia, mineração, energia e bancário.

 Esse longo histórico de sucessos, mas também de fracassos, fez Parisotto elaborar seus dez mandamentos para quem investe em ações. E é um decálogo de respeito: o empresário é dono de um patrimônio superior a R$ 2 bilhões na Bolsa.


Dez mandamentos para o investidor 

1. Não perca tempo com a Oferta Pública de Ações (IPOs, na sigla em inglês)
 “As empresas que abrem seu capital representam uma aventura para o investidor. Muito se gasta na contratação de bancos, impressão de materiais para a divulgação e anúncios em jornais, mas o lucro posterior nem sempre será representativo", diz Parisotto sobre os IPOs, sigla em inglês para oferta pública inicial de ações. "Não vou dizer que todos são negócios ruins. Há exceções, mas são poucas”.
2. Não diversifique sua carteira de ações
 Segundo Parisotto, há pouca diferença de rentabilidade entre as empresas. "Somente duas ou três são expressivas", afirma. Para escolher os melhores empreendimentos é importante analisar os balanços, a evolução dos produtos no mercado e conferir a atitude dos executivos. "Tenho 12 ações porque não tenho personalidade para ter duas. Quanto mais diversificada for sua carteira, maior será a prova de que não acredita naquilo que está comprando", afirma. "Além disso, investir de modo mais direcionado permite que você acompanhe melhor cada uma". (Na carteira da Geração Futuro, que administra os investimentos de Parisotto, estão presentes 14 papéis: Bicbanco, Bradespar, Banco do Brasil, Celesc, Cielo, Eletropaulo, Eternit, Grendene, Randon, Redecard, CSN, Tecnisa, Transmissão Paulista e Usiminas).
3. Fuja de ações dos setores aéreo e varejista
 "A maioria das empresas do setor aéreo – tanto no Brasil como exterior - não teve um bom desempenho e precisou de ajuda do governo. Outras faliram. E o comércio varejista não tem proteção, sofre muitas oscilações", afirma o empresário. Já entre siderúrgicas e companhias elétricas, diz ele, é muito difícil encontrar alguma que quebrou.
4. Fique longe de empresas que tenham sede em países exóticos
 “É um absurdo que empreendimentos no Brasil tenham sede nas Bahamas, por exemplo", afirma. "Imagine a dificuldade para analisar essa empresa criada em outro país, ou mesmo de uma que se transfira para o exterior para depois abrir capital aqui. É perigoso”.
5. Não compre ações de empresas que deem prejuízo
 Esse mandamento pode parecer óbvio, mas não é, segundo o megainvestidor. "Muitas pessoas investem nelas porque suas ações estão mais baratas, mas isso não é interessante. Empresa que dá lucro não quebra e não fica se explicando aos investidores pelo prejuízo dado”.
6. Ter liquidez é fundamental
 Quando você faz seus investimentos em empresas que ficam dias sem negociar, terá problemas, acredita ele. Mesmo quando quiser gastar não conseguirá comprar as ações. Imagine, então, a dificuldade na hora de vender os papéis, sugere.
7. Procure ações boas e baratas
 Ações com preço baixo são facilmente encontradas, mas qualidade é outro caso. Não adianta dizer que a empresa é boa se é preciso esperar 50 anos de lucro para chegar ao preço dela no mercado. "Fuja dessas”, recomenda.
8. Faça as próprias avaliações
 “Seguir loucamente boatos sobre o mercado é muito arriscado. No movimento de queda da bolsa, às vezes não há motivo para vender as ações, desde que sejam feitas análises e avaliações corretas dos números da companhia em longo prazo", afirma ele. Se não quiser avaliar, contrate alguém que faça isso por você.
9. Tenha coragem na baixa do mercado e controle a ganância na alta
 Quando o mercado cair e os preços das ações ficarem reduzidos, não venda suas aplicações desesperadamente, recomenda o veterano investidor. Controle o medo e coloque mais dinheiro, esse é o momento de investir.
10. Aposte num azarão
 "Fazer investimentos também pode ser uma fonte de diversão", diz. "Apostas diferentes do convencional proporcionam novos desafios e possibilidades".


    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Déficit fiscal recorde dos EUA

    Déficit fiscal dos EUA alcança recorde de US$ 225,5 bi em fevereiro
    Washington, 10 mar (EFE).- Os estados Unidos fecharam fevereiro com um déficit fiscal de US$ 225,5 bilhões, o maior de todos os tempos, informou nesta quarta-feira o Departamento do Tesouro. As despesas do Governo ficaram perto de US$ 333 bilhões, enquanto a receita alcançou os US$ 110 bilhões. Nos primeiros cinco meses do ano fiscal, que começou em outubro, o déficit acumula um total de US$ 641,3 bilhões, 1,6% abaixo do mesmo período do ano anterior.
    O orçamento dos EUA mostrou saldo negativo de maneira contínua nos últimos 29 meses.
    Segundo o Escritório de Orçamentos do Congresso (CBO), o déficit fiscal dos EUA alcançará, no ano fiscal 2011, o número recorde de US$ 1,5 trilhão, elevando as previsões de agosto, quando se imaginava que o déficit seria de US$ 1,07 trilhão.


    Link: Déficit fiscal dos EUA alcança recorde de US$ 225,5 bi em fevereiro





    "Crisis? What crisis???"

    domingo, 27 de fevereiro de 2011

    O que é melhor: receber dividendos ou juros da renda fixa?

     Muitos dos que investem em ações de bons dividendos e mesmo os que não o fazem, perguntam-se se investir na Renda Fixa não seria um caminho mais rentável do que nas ações de empresas que pagam bons dividendos. O colega Fábio Portela, do Blog "O pequeno investidor", publicou em 02 de Junho de 2010 um excelente artigo sobre este assunto.



     "Em tempos de crise, muitos analistas financeiros indicam ações que pagam bons dividendos como um porto seguro, porque garante a remuneração do acionista mesmo com a queda das cotações. Outras pessoas, mais conservadoras, preferem investir na renda fixa para obter o pagamento dos juros. Mas qual dos dois é melhor para o investidor?

     Boa parte das pessoas, para responder essa pergunta, compara o dividend yield das ações com os juros pagos pela renda fixa. Por exemplo, se a renda fixa estiver pagando 10% de juros e a empresa paga 7% de dividendos, seria preferível investir na renda fixa.

     Mas as coisas não são simples assim. O dividend yield (DY) é apenas um dos indicadores a serem observados para prever a rentabilidade final dos dividendos em um período de tempo. O DY diz apenas o percentual da cotação da ação que a empresa devolveu em dividendos para o investidor em determinado ano. Por exemplo, se a cotação for de R$ 10,00 e a empresa pagar R$ 1,00 de dividendos por ação, o DY é de 10%. Todavia, esse é apenas o início da conversa. Ao longo do tempo, boas empresas aumentam o valor pago em dividendos como uma conseqüência do crescimento de seus lucros. Mais lucros, mais dividendos. A conseqüência direta disso é que o lucro por ação (LPA) da empresa aumenta, mas como os dividendos também aumentam, o DY pode ficar permanente.

     Imagine uma empresa que tenha um LPA de R$ 1,00 e pague R$ 0,30 de dividendos, com uma cotação de R$ 10,00. O DY dessa empresa é de 3%. Se o LPA aumentar para R$ 2,00, ela passar a pagar R$ 0,60 centavos por ação em dividendos, e sua cotação passar para R$ 20,00, o DY permaneceu em 3%, mas ela DOBROU o montante que paga de dividendos.

     E a renda fixa, como funciona? Se você investir em um fundo de renda fixa que pague 10% ao ano e reinvista os juros pagos, garantindo a acumulação de juros compostos, você terá uma rentabilidade anual de 10%, mas sem a aceleração dos ganhos que o aumento dos lucros da empresa proporciona à rentabilidade dos dividendos. Vejamos como isso acontece: suponha que um investidor aplique R$ 10.000,00 por 30 anos na renda fixa, com uma taxa de retorno de 10%. A evolução de seu investimento seria a seguinte:




     Como se pode observar na tabela, em 35 anos os R$ 10.000,00, a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano, se tornariam R$ 255.476,70. Desconsidero a inflação, porque o propósito do exemplo é meramente elucidar as diferenças entre a renda fixa e os dividendos. Mas o leitor pode observar que, no último ano, só de juros, ele receberia R$ 25.547,67. Muito bom, não é?

     Mas vamos ver o que aconteceria se o mesmo capital tivesse sido aplicado em uma ação que paga 50% de seus lucros para os investidores na forma de dividendos e tem uma taxa de crescimento do seu lucro de 10% ao ano: ou seja, a cada ano, seu lucro, em média, é 10% superior ao do ano anterior. São suposições bastante factíveis, e há várias empresas no mercado que satisfazem esses requisitos. Suponhamos, ainda, que a cotação da ação é 10 vezes superior ao lucro por ação da empresa (P/L = 10), para facilitar os cálculos. Como ocorreria a evolução patrimonial? Vejamos na tabela a seguir:


     Como o leitor pode observar, há duas colunas que dizem respeito à evolução patrimonial: a primeira coluna (Capital) leva em consideração apenas a rentabilidade que o investidor teve com o pagamento dos dividendos. Se ele deixasse os R$ 10.000,00 investidos e apenas recolhesse os dividendos, ele teria acumulado em 35 anos R$ 439.712,26, bastante superior aos R$ 255.476,00 da renda fixa. E isso com um DY bastante baixo, de 4,76%! Isso aconteceu porque a empresa  produz, a cada ano, 10% a mais de lucro do que no ano anterior. Isso, ao longo dos anos, a transforma numa máquina de dinheiro!

     Se o investidor reaplicasse o dinheiro dos dividendos na compra de ações da companhia, a situação seria ainda melhor. Com os R$ 10.000,00, ele compraria 1000 ações da empresa a R$ 10,00 cada, com um lucro por ação de R$ 1,00. No primeiro ano, ele receberia 50 centavos por ação em dividendos (R$ 500,00 no total) e compraria mais 50 ações da empresa. Repetindo esse procedimento ao longo de 35 anos, e considerando que as ações são sempre cotadas na média de 10 vezes o lucro produzido por ação, no final do período ele teria acumulado 5.253 ações, que valeriam, cada, R$ 255,48. E seu patrimônio total seria de pouco mais de R$ 1.400.000,00, que renderiam em dividendos mais de R$ 65.000,00 naquele ano. Muito melhor, não é?"


     Caro Fábio Portela: seu artigo é de extrema importância, e acredito não existir mais dúvidas sobre o assunto a partir de agora. O que não pode passar despercebido, é que é fundamental reinvestir todos os proventos (dividendos e juros sobre capital próprio), para que assim a milagrosa máquina dos juros compostos trabalhe a nosso favor. E a todos investidores em "valor", boa caça às empresas de bons dividendos!



    "The Hunter"

    Leitura obrigatória para se chegar ao primeiro milhão

     O caminho da independência financeira passa obrigatoriamente pelo controle do orçamento mensal, independente de quanto se ganha por mês. Já ganhei muito e gastava 100% do meu ganho, apesar de estar na época pagando meu imóvel (que na verdade, é um passivo enquanto eu nele morar).


     Não existe o "investidor", sem antes existir o "poupador". Tem dois livros que li e gostei MUITO e indico a qualquer um que queira realmente se tornar um milionário - algo bem factível, num prazo de 10 a 20 anos, para quem tem uma boa taxa de poupança e faz aportes razoáveis mensalmente, vive de forma frugal e aplica em bons investimentos. São eles: "O milionário mora ao lado" e "A mente milionária", ambos dos autores Thomas J. Stanley e William Danko.






     Não são livros de auto-ajuda: são livros de ensinamentos reais e baseados em pesquisas feitas com os mais variados tipos de milionários americanos - muitos deles, a maioria das pessoas que os conhecem, nem sabem ou imaginam o quanto são ricos. Livros de leitura fácil, que prendem sua atenção até a última página. O engraçado, é que ao ler os livros você passa a observar as suas atitudes financeiras e exemplos de "PAR" e "SAR" entre seus amigos, conhecidos e dentro da sua própria família (inclusive, você mesmo!). Uma resenha de "O milionário mora ao lado":





     "Qual é a imagem que você tem de um milionário? Um cara cheio da nota, dirigindo um carrão, comendo nos lugares mais caros, comprando as roupas mais caras, certo? Mas você está totalmente errado! Thomas Stanley e William Danko passaram mais de 25 anos estudando o comportamento dos milionários dos EUA. Um estudo realmente sério, contendo entrevistas e análises minuciosas. O resultado: o milionário americano típico não tem carrão, não mora numa casa luxuosa, não almoça em restaurantes caros e tão pouco compra roupas de grife famosas e caras. O estudo mostra que os verdadeiros milionários, são pessoas que passam despercebidas no meio da multidão, e daí o título "O Milionário Mora ao Lado".

     Mas o que dizer dos esbanjadores, dos ricaços que têm carrões, almoçam todo dia em restaurante francês e só compram roupas de grife? Segundo os autores, esses indivíduos não são milionários, mas sim profissionais com uma alta receita e, ao mesmo tempo, um alto padrão de gastos. Os autores classificam essas pessoas como "SAR" - Sub Acumulador de Riqueza. Já os verdadeiros milionários - classificados pelos autores como "PAR", Prodigioso Acumulador de Riqueza - levam um estilo de vida que permite que eles juntem dinheiro (e não gastem tudo, ao contrário do SAR).

     Assim, é muito comum um milionário inclusive ter um salário menor que um SAR esbanjador, como um bem sucedido médico ou advogado, por exemplo. Se esse SAR perder o emprego ou não puder mais exercer sua profissão, ele perde tudo de um dia para o outro, ao passo que um verdadeiro milionário não precisa mais trabalhar pelo resto da vida (muito embora, as estatística mostram que os milionários continuam trabalhando ativamente mesmo não precisando).

     O livro apresenta ainda um cálculo muito simples para saber se você é um PAR ou um SAR, usando a sua idade e o nível de riqueza esperado. Este livro (título original: The Millionaire Next Door) é freqüentemente citado nos livros do nosso ídolo Robert Kiyosaki e lendo ele fica muito claro que este livro foi uma das principais fontes de inspiração para Kiyosaki escrever "Pai Rico, Pai Pobre". Se você é fã do "Pai Rico, Pai Pobre", você irá adorar "O Milionário Mora ao Lado". Se você não leu a obra prima de Kiyosaki, ficará difícil entender algumas coisas em "O Milionário Mora ao Lado", por causa da tradução." 

     Desejo uma boa leitura aos que seguirem a dica. Links para comprar os livros: