HEAVY METAL Investidor

terça-feira, 19 de julho de 2011

Movimentação Financeira - Carteira HM JULHO/2011

1- Dia 13/07/11:
- Compra de 100 CSNA3 por 18,23 reais.


2- Dia 15/07/2011:
- Previdência Privada no HSBC, aporte de 1.594,98 reais.

3- Dia 19/07/11:
- Compra de 100 CSNA3 por 17,10 reais.
- Compra de 100 BBAS3 por 25,48 reais.


4- Dia 27/07/11:
- Compra de 10 cotas de NSLU11B por 210,00 reais.


5- Dia 29/07/11:
- Compra de 100 BBAS3 por 26,10 reais.
- Compra de 200 ETER3 por 8,90 reais (novata na Carteira HM).
- Venda de 1.600 opções CIELH44, preço 0,61 por ação.
- Previdência Privada no HSBC, aporte de 1.500,00 reais.

Atual saldo de Compras/Vendas/Aportes:

COMPRAS:  3.533,00,00 (CSNA3) + 5.158,00 (BBAS3) + 2.100,00 (NSLU11B) + 1.780,00 (ETER3) = 12.571,00 reais.

VENDAS: 976,00 reais.

APORTES:  3.094,98 reais na Previdência Privada.

TOTAL: 15.665,98 reais de aportes feitos em Julho de 2011. Recebidos 5.861,76 reais de proventos dos FII, opções de CIEL3 e dos empréstimos. Coloquei, então, 9.804,22 reais de dinheiro novo na Carteira HM. Bolsa atrativa no momento, mas sempre pode cair mais. Porém, nossas empresas mostrando bons lucros (Vale detonou nos resultados! Que vontade de trocar minhas PETR4 por VALE5...). Troquei de carro há 15 dias aproximadamente, por isso fiz um aporte menor este mês. Dinheiro também tem que dar prazer para que valha o sacrifício feito por ele. Saber usar e saber poupar, regra sagrada. Mas reclamei na Corretora de um desconto (indevido) de 15,00 reais!!!! KKKKKKKKK, no meu dinheiro NÃO!!!!





"Never Retreat, Never Surrender!!!"




sexta-feira, 1 de julho de 2011

Valor Atual da Carteira HEAVY METAL - Junho de 2011 (D.C.)

 Descrição dos valores dos ativos da Carteira HM na presente data, 01/07/2011:

1- Ações: 774.438,00 reais.

2- Fundos Imobiliários: 283.142,14 reais.

3- Previdência Privada: 219.587,09 reais.

4- Empréstimos: 220.000,00 reais.

TOTAL: 1.497.167,23 reais


 *Proventos recebidos: 2.123,59 (FII) + 1.200,00 reais (empréstimo) + 2.000,60 (proventos de PETR4) = 5.424,19 reais. Já reapliquei todo este valor em novas compras para a Carteira HM
 
- Fevereiro de 2011: Carteira HM estava em 1.159.000,00 reais.
- Março de 2011: Carteira HM estava em 1.244.801,00 reais.
- Abril de 2011: Carteira HM estava em 1.340.805,17 reais
- Maio de 2011: Carteira HM estava em 1.386.750,81 reais
- Junho de 2011: Carteira HM está em 1.497.167,23 reais.

Os aportes vieram de três fontes:

A- 5.324,19 reais (Juros + JCP + Dividendos supracitados).
B- 0,00 reais (venda coberta de opções).
C- 25.826,31 reais (dinheiro novo).
TOTAL: 31.150,50 reais.

 Na dia 01/06/2011 havia uma Desvalorização da Carteira HM de 2,48% em relação a Maio/2011. Na atual data (01/07/2011) temos uma Valorização Bruta de 38.958,22 reais (isto se deve ao novo empréstimo de 100.000,00 reais feito este mês), mas se calcular-mos a soma dos aportes efetuados em Maio e Junho (81.143,00 + 31.150,150 + 100.000,00 = 212.293,50 reais) com o valor da Carteira em Abril/2011 (1.340.805,17 reais), eu deveria ter hoje um total de 1.553.098,67 reais. Meu atual valor é 55.931,44 reais menor que isso, o que dá uma desvalorização de 3,60%.

É evidente que, mais uma vez, a maior força desta desvalorização foi devida principalmente a PETR4, mas CSNA3 também sofreu uma boa queda e aproveitei para aumentar posição na mesma.

 Os FII deram um rendimento líquido de 0,78%, queda de 0,14 pontos % em relação ao mês anterior. FEXC11B apresentou uma queda importante no valor dos dividendos mês passado, que vinha há alguns meses bem acima de 1,5% mensal. Estou reforçando minha posição nas quedas de FFCI11 e FPAB11. EURO11 abaixo dos 170,00 eu volto a comprar. BBAS3 e CSNA3 são as ações que pretendo fazer uma compra maior, ELPL4 volto a comprar abaixo dos 33,50. VALE5 no atual P/L está muito interessante para investir em médio e LP, a empresa vai recomprar mais de 5% de suas ações em circulação e cancelar as mesmas depois de adquiridas. Isso é um ótimo sinal de como vai a saúde financeira da empresa, criando valor para seus acionistas.


 A venda de Opções ficou em segundo plano, pois meu PM em PETR4 gira em torno dos 32,00 reais. Com as atuais péssimas taxas de juros nas séries G e H, acho muito risco para pouco prêmio vender opções no momento.

 Segue a "Pizza da Mama" com as porcentagens das ações e FII da Carteira HM:






segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mentalidade de sócio: você faz sua parte?

 Este texto eu bolei após dar atenção a uma recomendação que dei a minha esposa quando fosse abastecer o carro: "procure abastecer num posto da Petrobrás!". Tudo bem que pretendo, quando possível, trocar minhas ações da PETR4 por outras empresas. Mas o que vale é a idéia central.

 De que adianta ser acionista da Cielo e pagar na máquina da Redecard? Isso, com certeza, nunca vai te ajudar a receber mais dividendos da Cielo se você é acionista da mesma. Sei que alguns podem questionar a pouca importância que eu, um simples mortal a mais (ou a menos) devo fazer no resultado financeiro da Cielo... Mas o mais importante é a mentalidade, a atitude e a disciplina com o tratamento que dou ao meu dinheiro, aos meus investimentos. Agora pensem de outra forma: e se todos os acionistas da Cielo passarem suas compras na máquina da Redecard? Mudou a sua visão da situação? Claro que sim! Por isso, a atitude individual também tem sua importância.

 Enriquecer depende em muito da atitude mental daquele que tem a independência financeira como meta. Não se constrói fortuna simplesmente esperando receber um dia alguma herança milionária -  a qual muitos daqueles que recebem transformam logo em PÓ, por falta de educação financeira. Seja um verdadeiro sócio, agindo como tal. Claro que quem mora em Curitiba não pode ajudar a Eletropaulo e nem mesmo quem mora em qualquer lugar do planeta pode ajudar a Vale, exceto que seja um comprador de minério de ferro ou níquel. Mas nas demais empresas em que seu consumo ou uso dos serviços da mesma seja uma opção, escolha certo da próxima vez! 

 Trabalho de formiga parece ineficaz, mas funciona. Tenham certeza disso. Se você é acionista da Natura, Bradesco, Drogasil, Brastemp, Banco do Brasil, Magazine Luíza, Cielo, Redecard ou de tantas outras empresas listadas na BOVESPA, dê a sua contribuição como real sócio de agora em diante.


"A Hard Work Never Is an Impossible Work. Work Hard, Gain Hard"



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dez mil visitas ao Blog HEAVY METAL!!!!

Caros amigos:

 Qual não foi minha surpresa quando há poucos segundos vi a visita de número 10.000 ao meu Blog! Fico muito feliz com isso e juro que não esperava este número em tão pouco tempo. Desde o começo, tive o cuidado de evitar que minhas próprias visitas fossem computadas pois existe esta opção a ser escolhida no setor de "estatísticas" do Blogger.

 Agradeço a todos que aqui vem, aos que postam ou apenas lêem os posts. A colaboração de todos é muito valiosa. Meu obrigado a todos os "metaleiros" brasileiros deste mercado doido chamado BOVESPA. Valeu, moçada!!!



"VISITANTES DO BLOG HEAVY METAL EM AÇÃO!"

sábado, 4 de junho de 2011

Comprar Ações ON ou PN, visando dividendos?

 O "Novo Mercado" foi implantado em Dezembro de 2000 pela BOVESPA, junto com os Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa com o intuito de dar mais transparência para as empresas listadas na Bolsa, como também mais segurança e direitos societários aos investidores em ações, através de uma série de regras que devem ser seguidas pelas mesmas.

 As empresas que abrem capital na Bolsa atualmente estão obrigatoriamente listadas como Novo Mercado, possuindo apenas ações ON, todas com os mesmos direitos. As empresas que já existiam na BOVESPA até 2000 possuiam ações ON e PN, sendo que algumas delas ainda tinham suas ações PN divididas em subtipos (PNA e PNB, por exemplo). Algumas já se adequaram ao N.M. e hoje só possuem ações ON (ex. Banco do Brasil, BBAS3), mas  existem empresas que ainda estão nos níveis 1 ou 2 de governança corporativa (ex. Eletropaulo, ELPL3 e ELPL4). 

 Como regra, as ações PN recebem 10% a mais de proventos que as ações ON e tem mais liquidez; as ON tem direito a voto, as PN não, sendo também menos líquidas. Em certos casos, nestas empresas que possuem ambas ações, notamos dirtorções nos preços das PN em relação as ON estando as últimas bem mais baratas e sem uma boa justificativa para isso. Se o histórico de proventos pagos para as ON e PN for regular ao longo dos anos, talvez este bom desconto no preço das ON não justifique a compra de ações PN somente para receber 10% a mais de proventos! Podemos estar diante de uma arbitragem a nosso favor ao comprar as ON, as chamadas "ações dos donos da empresa".


 Vou postar aqui um texto sobre o tema e sugiro que seja feita a pesquisa de ações ON e PN das empresas que pagam bons proventos, que estejam com um desconto razoável nas cotações das ON que sobreponham o benefício de compra das PN. Um exemplo desta regra: WHRL3 e WHRL4. Ambas tem recebido regularmente os proventos e a atual cotação da PN está 15% maior que a ON:

WHRL3


 WHRL4 















   Outro exemplo, CMIG3 e CMIG4, onde a discrepância é maior ainda. Os proventos pagos tem sido exatamente do mesmo valor para as duas ações há anos e CMIG4 hoje custa 25,98% a mais que CMIG3!!!

CMIG3 



CMIG4

 

   O legal de se escrever um Blog é que podemos ensinar e ao mesmo tempo aprender (muitas vezes, mais se aprende do que ensina). Não sabia que CMIG3 estava tão descontada, vai entrar definitivamente na Carteira HM. Segue agora o texto que li e deu a idéia deste post:

 "Ações ordinárias dão dividendos extraordinários?"

"As ON à metade do preço

 No dia 31 de março, a Embratel ON custou, em média, somente 51% do preço da Embratel PN. No caso das ações ordinárias de Celesc, Tele Norte-Leste, Telesp, Telebrás (recibo), Telerj, Telesp C e Copel, os percentuais foram, respectivamente, 51%, 52%, 61%, 60%, 60%, 64% e 65%. Se o lucro por ação das ordinárias e das preferenciais é idêntico porque todo mundo não compra as ON por quase uma metade do preço das PN e recebe o dividendo em dobro?

Ignorância é uma fria
 A resposta não é complicada mas envolve um pouco de pesquisa, algum conhecimento de balanços, e umas somas simples. Vale a pena tentar acompanhar porque a explanação revela uma oportunidade muito interessante para o pequeno investidor. Além disso, se não entender do assunto, é capaz de entrar numa fria ao comprar uma ON. Então vamos lá: há duas razões para as discrepâncias observadas.

Poder dando sopa por aí
 Primeiro, normalmente é mais difícil comprar ou vender as ON do que as PN. A explicação mais óbvia é que freqüentemente as empresas emitem menos ações ordinárias do que preferenciais. Em grande quantidade, as ON, com seu direito ao voto, possuem "poder" - e os controladores das empresas não querem "poder" dando sopa por aí.

As PN não podem ultrapassar 2/3 do total
 Normalmente o número das PN é o dobro das ON. É o máximo permitido: por lei o número das PN não pode ultrapassar 2/3 do total das ações emitidas. Mas pode haver menos de 2/3: há empresas que possuem números iguais dos dois tipos e outras que só têm ações ON. No caso das empresas citadas o número das ON varia entre 37% e 53% do total.

Com controle não se brinca
 A restrita emissão das ON já reduz sua disponibilidade, mas há outro fator que dificulta mais ainda a negociação das ON. Como a posse da maioria destas ações significa controle da empresa, esta maioria, em circunstâncias normais, não é negociada. Em resumo: as ON têm menos "liquidez" que as PN.

Perigo e oportunidade
 A segunda, e mais importante, razão por que muitas das ON das empresas mencionadas custam menos que as PN é que elas levam embutido o perigo de receber menos - ou até nenhum - dividendo. É aqui que existe tanto o perigo quanto a oportunidade.
 
O que diz a Carta Magna
 O que é que a Lei de Sociedades Anônimas diz em relação ao nível de dividendos pagos às ações PN? Que "salvo no caso de ações com direito a dividendos fixos ou mínimos, cumulativos ou não", as preferenciais têm o "direito a dividendos no mínimo 10% maiores do que os atribuídos às ações ordinárias".

Iluminação nas entranhas de Telesp
 É óbvio que a vantagem das PN receberem um dividendo 10% maior não explica por que seu preço chega ao dobro do preço das ON. Temos que entrar mais a fundo. Para exemplificar a questão vamos analisar o balanço de Telesp para 1997.

Cadê os dividendos?
 Ao vasculhar as Notas Explicativas às Demonstrativos Contábeis que acompanham o balanço da Telesp para 1997, ficamos surpresos a descobrir, sob o título de Patrimônio Líquido, que embora a empresa tenha apresentado um lucro líquido de R$1.141M em 1997 e pago dividendos de R$319M, nenhuma parte disso foi recebido pelos acionistas ordinários. Observamos ainda que os números de ações PN e ON foram aproximadamente iguais.

Telesp garante dividendo mínimo às PN
 Na mesma Nota podemos ler que às ações PN é "assegurada prioridade no reembolso do capital e no pagamento de dividendos mínimos não cumulativos de 10% sobre o valor do capital social". Parece relativamente inócuo. Quando calculamos o quanto vale 10% do capital social realizado (ou capital subscrito) preferencial da empresa, no fim de 1997, vemos que é R$336M.

Não sobrou nada para os acionistas ordinários
 Em contrapartida o dividendo mínimo obrigatório total que a Telesp tinha que pagar - e a empresa achou por bem pagar somente o mínimo - é de 25% do lucro líquido ajustado (ou um "payout" de aproximadamente 25%). Esquecendo os ajustes, que pouco afetam o resultado, podemos verificar que 25% do lucro líquido de R$1.140M é R$285M. Quer dizer: o valor mínimo devido aos acionistas preferenciais ultrapassa o valor total de dividendos que a empresa se dispôs a distribuir. Não sobrou nada para os acionistas ordinários!

Se vale nada, preço baixo já é muito
 É claro que, se uma ação não paga dividendos, pagar até um preço baixo por ela já é muito. Se os acionistas estão pagando 61% do preço da ação PN, aparentemente existe a esperança de receber alguma coisa algum dia. Já esquentamos a cabeça: vamos fazer mais cálculos.

Só retorno mais alto assegura o mínimo das PN
 Em 1997, a Telesp teve um retorno sobre o patrimônio líquido no fim do ano de 10%. Se a empresa se limitar a pagar somente o dividendo obrigatório, para poder pagar às PN o mínimo que o Estatuto Social lhes assegura a Telesp teria que gerar um lucro de R$1.344M (R$336M/0,25). Isso representa um retorno sobre o patrimônio líquido de 1997 de 12%.

Só após a parte do Leão é que as ON têm vez
 Visto de outra maneira, nas condições consideradas, vigentes no fim de 1997, somente quando o retorno ultrapassar 12% é que os acionistas ordinários vão receber alguma coisa. De fato, com um payout de 25%, o valor dos dividendos pagos aos acionistas ordinários só vai se aproximar do valor pago aos acionistas preferenciais se a empresa conseguir o altíssimo retorno de 24%.

Mas tudo depende das condições
Como vimos, no caso de Telesp o número das PN é aproximadamente igual ao número das ON. Se o número das PN fosse o dobro das ON a situação seria muito pior (por que uma proporção maior das PN teria direito ao dividendo mínimo). Em contrapartida, se a empresa pagasse um payout maior, ou se a percentagem mínimo assegurada às preferencialistas fosse menor, a posição fica mais fácil para as ordinárias.

Mapa da mina
Preparamos várias tabelas no anexo Quando é que as Ações Ordinárias Recebem Dividendos? Isso mostra, de forma groseira, sob quais condições as ON das várias das empresas citadas no início recebem nenhum dividendo e sob quais condições recebem um dividendo aproximadamente igual ao das PN. A situação analisada é do fim de 1998. O estudo não considera a possibilidade da utilização de parte das reservas de lucro para aumentar o lucro do ano.

Telerj ON: o pior caso
Sem dúvida, pela tabela, Telerj é o pior caso do setor de comunicações. Na melhor das hipóteses (um payout de 50%) as ON só começam a receber dividendos quando a empresa tiver um retorno de 11%, e só atingem uma equivalência aproximada com as PN a um retorno de 18%. De qualquer maneira, como a empresa apresentou um prejuízo em 1998, parece que ninguém receberá dividendos por conta do ano passado.

Tele Norte-Leste ON: o melhor caso
O melhor caso do setor é das controladoras regionais. Na pior das hipóteses, as ON da Tele Norte-Leste atingem uma equivalência aproximada com as PN com um retorno de 10% - uma rentabilidade alcançável sem grande problema em 1999. Em 1998, a empresa teve um retorno de 1,9%, abaixo do mínimo necessário para pagar um dividendo para as ON. Mas, de fato, a administração pagou em cheio. Como? Adicionou parte de sua reserva de lucro ao lucro do ano e aumentou o payout para 127%! Embratel Part agiu de outra maneira: com um retorno de 2,1%, seguiu a lógica da tabela e pagou somente as PN.

Nem Copel nem Celesc estipulam um mínimo
No setor elétrico, nem os Estatutos de Copel nem Celesc estipulam um dividendo mínimo. Neste caso prevalece a regra que deve ser pago às PN um dividendo 10% acima do dividendo das ON.

Mecanismo esclarecido
Como não temos tempo aqui para analisar todas as estatais e ex-estatais, e como já esclarecemos o mecanismo, damos por encerrado o assunto por enquanto. Em nossas análises semanais investigaremos outras opções. Vamos às conclusões:

CONCLUSÕES:

1. Nos Estatutos Sociais de muitas empresas estatais foi estabelecido um dividendo mínimo para as ações PN. Isso resultou, pelo menos em anos recentes, no pagamento de pouco ou nenhum dividendo às ações ON.

2. A posse da maioria das ações ON permite o controle de uma empresa por seu detentor. Enquanto este acionista controlador era o governo, com o dinheiro do contribuinte para esbanjar, não havia nenhum interesse em mudar a situação das ON.

3. Agora controladores privados estão assumindo estas empresas através da compra da maioria das ON em leilões de privatização. Como eles precisam de um retorno sobre seus investimentos, vão assegurar a estas ações o pagamento de bons dividendos de qualquer maneira.

4. Há várias maneiras pelas quais um novo controlador pode, de forma relativamente fácil, aumentar os dividendos pagos às ON: pode usar as reservas de lucro; pode aumentar o payout; e pode aumentar a rentabilidade da empresa. Existem outras maneiras mas são mais difíceis.

5. Muitas ações ON podem ser compradas atualmente com um bom desconto sobre as ações PN. Parte do desconto é devido ao menor número das ON disponíveis no mercado, e a conseqüente maior dificuldade em negociá-las. Mas uma parte importante é devido aos poucos dividendos pagos às ON na época do controle estatal.

6. No caso das empresas que asseguram às PN um dividendo mínimo, os novos controladores privados inevitavelmente vão garantir maiores dividendos para as ON. Em conseqüência as ON agora oferecem uma excelente oportunidade de compra para pequenos investidores, de longo prazo, que querem bons dividendos mas não se preocupam com a baixa liquidez.

7. Mas no caso de certas empresas é mais fácil conseguir pagar maiores dividendos. Entre estas estão Tele Norte-Leste e Tele Centro-Sul, em primeiro lugar, e Telesp e Telesp C, em segundo. Se comprar a Tele Norte-Leste ON a 50% do preço da PN, por exemplo, há uma boa chance de receber quase 100% a mais em dividendos no futuro. A infeliz Telerj vem em último lugar!

8. Onde não há garantia de um dividendo mínimo as únicas desvantagens das ON são a baixa liquidez, e o fato de receber um dividendo 10% abaixo das PN. Copel ON e Celesc ON - até onde conseguimos verificar - ficam nesta categoria.

9. Finalmente, se quiser comprar a ON de uma estatal que tenha baixa rentabilidade, pouca perspectiva de privatização, e que assegure às PN um dividendo mínimo, cuidado! Você pode ficar sem dividendo nenhum!"

 Este texto é de 1999, retirado do Site "AÇÃO e REAÇÃO", e as tabelas postadas acima com os dividendos de Whirlpool e Cemig são do site Comdinheiro.com. Boa leitura.







quarta-feira, 1 de junho de 2011

Movimentação Financeira - Carteira HM JUNHO/2011

1- Dia 01/06/11:
- Compra de 9 cotas de FPAB11 por 286,00 reais.


2- Dia 02/06/11:
- Compra de 10 cotas de FPAB11 por 285,00 reais.
- Compra de 100 CSNA3 por 21,61 reais.



3- Dia 03/06/11:
- Compra de 100 DROG3 por 10,53 reais.


4- Dia 06/06/11:
- Compra de 200 CSNA3 por 20,91 reais.
- Compra de 1 cota de PRSV11 por 1.070,50 reais.


5- Dia 07/06/11:
- Compra de 2 cotas de PRSV11 por 1.074,00 reais.


6- Dia 09/06/11:
- Compra de 1000 WHRL3 por 3,40 reais.

7- Dia 10/06/11:
- Compra de 100 CSNA3 por 20,00 reais.
- Compra de 100 BBAS3 por 27,16 reais. 

8- Dia 15/05/11:
- Previdência Privada no HSBC, aporte de 1.500,00 reais.

9- Dia 16/06/11:
- Compra de 100 CSNA3 por 19,44 reais.


10- Dia 20/06/11:
- Compra de 100 CSNA3 por 18,92 reais.
- Compra de 1000 cotas de FFCI11 por 1,66 reais.


Atual saldo de Compras/Vendas/Aportes:

COMPRAS: 0,00 (ELPL4) + 1.053,00 (DROG3) + 3.400,00 (WHRL3) + 12.179,00 (CSNA3) + 2.716,00 (BBAS3) + 3.218,50 (PRSV11) + 5.424,00 (FPAB11) + 1.660,00 (FFCI11) = 29.650,50 reais.

VENDAS: 0,00 reais.

APORTES:  1.500,00 reais na Previdência Privada.

TOTAL: 31.150,50 reais de aportes feitos em Junho de 2011. Recebidos este mês 5.374,19 reais dos proventos de PETR4, FII e do Empréstimo. Ainda estão. Todos os proventos  recebidos eu já transformei em novos ativos. Portanto, coloquei 25.776,31 reais de dinheiro novo na Carteira HM este mês. 



"The Market is Crazy, So Do I!"
 

domingo, 29 de maio de 2011

Você consegue "ver através dos lucros"?

 Texto retirado de uma dica do site "Ação e Reação", gostei muito do tema abordado e sua simplicidade não deve ser confundida com ineficácia.

"Meu Buffetismo Preferido"

 "Parece que todos os investidores em valor têm o seu conceito ou idéia preferida dentre os ensinamentos pregados por Warren Buffet. O meu é ver “através os lucros” ("look-through earnings") de uma carteira. Veja a sua carteira pela “ótica através dos lucros” e saiba o que, exatamente, está indo para o seu bolso.

Fonte: http://www.fool.com/news/commentary/2003/commentary030424.htm?

Por Zeke Ashton

Tradução e adaptação: SER

24 de abril de 2003

De vez em quando,  gosto de tirar uma tarde longe das minha pesquisas de ações, sentar-me em uma poltrona bem confortável, desencavar a minha coleção de antigos relatórios anuais da Berkshire Hathaway (NYSE: BRK.A) e começar a ler.

Mesmo que eu tenha lido, pelo menos umas cinco vezes, todos relatórios anuais de 1977 até hoje, toda vez que faço uma nova leitura me concentro em alguma coisa diferente que ajuda a me tornar um investidor melhor.  Parece que cada investidor em valor tem o seu “Buffetismo” preferido - alguma idéia ou conceito que Warren Buffet tenha descrito em seus ensinamentos ao longo destes mais de quarenta anos de investimentos.

O meu “Buffetismo” preferido é um conceito que julgo ser extremamente valioso na administração de carteiras. A idéia de Ver Através dos Lucros, que Buffet apresentou pela primeira vez em sua carta aos acionistas de 1990, aonde ele explica como faz a avaliação da polpuda carteira da Berkshire. Mas foi só na apresentação de 1991 que ele encorajou seus leitores a utilizar este conceito em seus próprios investimentos. Aqui está um extrato da carta:

 Nós acreditamos que os investidores também possam se beneficiar concentrando-se na “visão através dos lucros”. Para calcular isso, ele deve obter os lucros por ação de cada papel da sua carteira e depois somá-los. O objetivo de cada investidor deveria ser criar uma carteira (na verdade, “uma companhia”) que irá propiciá-lo a maior “visão através dos lucros” daqui a dez anos ou mais. Enxergar sua carteira nessa ótica irá forçar o investidor a pensar sobre as perspectivas de longo-prazo do negócio ao invés das perspectivas de curto-prazo da Bolsa, uma abordagem que deverá melhorar seus resultados.

 É claro que, no longo-prazo, o placar para as decisões de investimento é o preço de mercado. Só que preços são determinados por lucros futuros. Em investimentos, da mesma forma que no basebol, para aumentar o número no mostrador a gente deve olhar para dentro do gramado, e não para o placar.

Aplicando o conceito da “visão através dos lucros”


 Aplicar o conceito da “visão através dos lucros” na sua própria carteira é um coisa relativamente simples e você verá que os resultados irão surpreende-lo. Em primeiro lugar, esqueça que a sua carteira é constituída de um monte de ações que não possuem qualquer relação uma com as outras. Ao invés disto, imagine que você está dirigindo uma holding, e que cada ação representa uma “unidade de negócio” do seu próprio conglomerado. Vamos supor que você possua a seguinte carteira:
 Dados de 20/08/2004


 Como você pode ver, o valor de mercado do seu pequeno conglomerado é de $16.080,00. O segundo passo é olhar através do potencial de lucros dessas ações. Usando o lucro por ação do final do ano de 2003 para todas as companhias, descrevemos a “visão dos lucros” da carteira:

 E agora, o que fazer com isso? Este cálculo pode lhe dizer quanto você está pagando pelas companhias da sua carteira em função da sua capacidade de gerar lucros, em termos médios ponderados.

 Nesse caso, nosso investidor imaginário estaria pagando R$ 16.080,00 por uma cesta de ações que demonstraram um potencial de lucros de R$ 1.931,92. Isto equivale a um índice P/L de 8,3 que não é tão ruim assim, comparado com o P/L do Índice Ibovespa de  18,4, de acordo com o site Lafis.

 Como as companhias nessa carteira representam “O filé” do Bovespa, pegar o pacote acima com desconto de mais de 50% em relação ao índice me parece um bom negócio. Olhando de outra forma, a carteira acima tem um “Earnings Yeld” (NT- Lucro/Preço, o inverso do P/L) de 11,9%, sob a “ótica através do lucros”,  contra um de 5,5% do Ibovespa, como um todo. É claro que a nossa carteira recebeu um peso maior em função da Magnesita, mas a informação não é menos valiosa por causa disso. A maioria dos investidores individuais tendem a ter uma ou duas ações que dominam a sua carteira, e a “visão através dos lucros” ajuda a identificá-las.

Eu aconselho a vocês fazerem com as suas carteiras o exercício acima. Se você pensa como eu, ficará bastante surpreso com o resultado. Na primeira vez que eu fiz esse exercício, descobri que estava pagando um P/L de 50x sob a ótica da “visão através dos lucros”. E eu que ainda pensava que era um investidor em valor! Quando dei por mim, tinha naquela época na minha carteira: um par de ações no setor de biotecnologia, uma ou duas outras companhias que não apresentavam lucros, e uma ação com P/L maior que 100x !  E olha que nem era necessário possuir muitas ações desse tipo para obter números estapafúrdios no resultado. Definitivamente, foi excelente para mim ver o efeito que duas ações “especulativas” podem exercer sobre uma carteira sob a ótica  da “visão através dos lucros”.

Um amigo meu que gosta de investir em ações de tecnologia “emergentes”, descobriu que tinha uma carteira com um “Earnigs Yeld” negativo, o que significa que, como um todo, sua carteira gerava prejuízo, durante o ano passado, e que suas “unidades de negócio” queimavam dinheiro ao invés de produzi-lo. Isto, provavelmente, não é uma boa coisa.

Na outra ponta, os investidores em valor radicais podem querer construir uma carteira com um P/L médio ponderado de menos de 10, assumindo que estas companhias, como um todo, continuarão a manter seu potencial lucrativo no futuro.

Visão através dos dividendos, fluxo de caixa livre, e outras idéias legais


Uma vez que você tenha pego a idéia, é muito fácil calcular uma série de outras medidas na sua carteira. Por exemplo, eu calculei a "Visão através do Dividend Yeld" em nossa carteira modelo:


 Como você pode ver, com essa carteira, nós teríamos recebido R$ 721,26 de dividendos o ano passado, o que equivale a um “Dividend Yeld” de 4,5% sobre o valor de mercado de R$ 16.080,00. 

 Eu pessoalmente gosto de usar o fluxo de caixa livre como meu método de “olhar através” favorito, e costumo certificar-me que o meu fluxo de caixa livre médio ponderado seja baixo o suficiente de forma a manter meu cash flow yeld  próximo de um retorno anual razoável. Você poderá querer fazer uma análise sob a ótica do “olhar através” usando as estimativas de lucro ou de fluxo de caixa para o ano seguinte, para cada uma das ações de sua carteira, ou estender o conceito para o Balanço Patrimonial. Por exemplo, você tem alguma idéia da média ponderada da sua carteira em termos de caixa/dívidas ou dívidas/PL? Isso pode ser bem interessante.

 O conceito de “olhar através” é extremamente útil. Eu acredito que você aprenderá muito sobre a sua carteira brincando com algumas das idéias apresentadas aqui, e também terá uma idéia muito melhor daquilo que você realmente tem no bolso".



 Zeke Ashton tem sido um contribuinte do Motley Fool a muito tempo,e é sócio administrador do do Centaur Capital Partners, LP, uma firma de administração de recursos no Texas. Por favor mande o seu feedback para zashton@centaurcapital.com. 
   
 Baseado neste texto, avaliando somente as ações que possuo:
1- O atual P/L da Carteira HM é de 7,77.
2- O atual Dividend Yield da Carteira HM é de 9,69%.

 Fiquei feliz com meu atual PL e DY na Carteira HM. Minha meta agora, se possível é aumentar o DY da carteira e diminuir seu PL. Isso significa: muito estudo e muito trabalho pela frente ainda. Acredito que, com uma alta de PETR4 que hoje ainda é mais de 40% da minha carteira, vendo grande parte da mesma e realoco em outros ativos com melhores fundamentos. Sugiro aos leitores que façam este simples teste aqui citado em suas carteiras e vejam os seus próprios resultados. 


terça-feira, 24 de maio de 2011

Cielo compra Braspag e foca e-commerce

Cielo compra Braspag e foca e-commerce




A Cielo, especializada em equipamentos e soluções para meios de pagamento eletrônico, acaba de adquirir a Braspag, braço de pagamentos online do Grupo Sílvio Santos.
A empresa adquirida tem, segundo dados próprios, 65% de market share no segmento brasileiro de processamento de pagamentos para e-commerce.
Atuando como um gateway, a plataforma da Braspag faz a integração entre a loja virtual, instituições financeiras e adquirentes, sendo responsável por capturar, rotear e gerenciar as transações de pagamento com cartões, boletos bancários e débito direto.
Além disso, a Braspag também oferece serviços como consolidação do processo de contas a receber de e-stores.
Com a aquisição, a Cielo amplia seu portfólio de ofertas de meios de pagamento, agregando a ele boletos e débito direto, além de serviços agregados como conciliação financeira e inteligência antifraude.
Apesar da compra, a Cielo divulga, em comunicado, que “continuará a atuar em parceria com outros gateways do mercado, para atender a demanda de clientes que optarem por outra solução”, além da oferecida pela Braspag.
A Cielo opera, atualmente, com equipamentos para pagamento eletrônico, em cerca de 1,1 milhão de estabelecimentos no Brasil, cobrindo 98% do território nacional, segundo dados da própria companhia.
Já a Braspag foi fundada em 2005 e, em 2009, foi comprada pelo grupo Silvio Santos, em uma transação de aproximadamente US$ 25 milhões.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Análise Fundamentalista da Eletropaulo - Site "Ação e Reação"

     Texto retirado do Site "Ação e Reação", umas das pérolas do "Valuation" brasileiro. Excelente Site, com análise de outras empresas também. Segue o "Rx" da Eletropaulo, postado há poucos dias:




"Eletropaulo: nenhum crescimento, muitos dividendos e moderado risco"

Código: ELPL4
Data Base: 13/05/11  
Preço da ação  PN: R$ 33,00 
Número de ações: 167,34 MM  
Ibovespa: 63235 Valorização em 2011: 3% (ex-dividendo) 
Último Resultado: 1o Trimestre de 2011Setor: Energia Elétrica Produtos/Serviços Principais: Distribuição de Energia Elétrica

 Apesar de deter concessão em uma área que concentra o maior PIB do Brasil, a Eletropaulo não apresenta expansão da receita ou do volume vendido de energia elétrico ao longo dos últimos 12 anos. A empresa ainda exibe prejuízos ou lucro próximo de zero em três dos anos deste período. Por outro lado, a ação oferece um yield de dividendo excepcional de mais de 16%.

 Estimamos um preço intrínseco na faixa de R$ 63,51, que representa um desconto de 48% com relação ao preço de mercado. Como as premissas usadas na avaliação são bastante conservadoras é nossa opinião que a ação da Eletropaulo oferece, apesar do risco moderado, uma opção atraente de investimento.

 Embora haja perspectiva de bons retornos médios em forma de altos dividendos recomendamos um horizonte de investimento de longo prazo (3-5 anos) para suavizar os efeitos de prováveis sobressaltos como a revisão para baixo das tarifas ou o reconhecimento da dívida junto à Eletrobrás.

Introdução

Eletropaulo na cabeça
 Desde março de 2010 a Eletropaulo tem encabeçada nossa lista das 100MAIS. Pouco a vontade no setor, temos evitado analisar a empresa. Mas agora, com a distribuidora paulista de energia elétrica aparentemente oferecendo um yield de dividendo em excesso de 16% e um P/L em torno de 4,3x, fica difícil ignorá-la.

 Parece claro que a forte regulamentação do setor é um fator nessa oferta de abundância mas o risco apresentado pela concessionária da maior área industrial, comercial e residencial do país é tão alto assim? Aplicamos nossas ferramentas rudes à tarefa de tentar obter uma resposta.

 Com pouco tempo a nossa disposição, não é nossa intenção investigar o negócio da empresa em detalhe. Vamos deixar para outra oportunidade uma análise, por exemplo, das tendências do mercado da Eletropaulo e das razões da estabilidade deste mercado ao longo de mais de uma década.

Tabela de Dados



Breve História da Empresa


Controle triplamente naturalizado
1981 - Embora a empresa original tenha sido fundada em 1912 por canadenses, sua história moderna começa em 1981 com a aquisição pelo Governo de São Paulo de seus ativos paulistas e a denominação da empresa resultante de Eletropaulo Eletricidade de São Paulo.

1995 - Em preparação pela privatização a empresa é cindida de novo, dando origem a quatro empresas: a geradora EMAE, a transmissora EPTE a distribuidora EBE e a distribuidora Eletropaulo Metropolitana, o objeto deste estudo.

1998 - A Eletropaulo Metropolitana é privatizada, sendo adquirida pela Lightgás sob o controle da AES Corporation, Houston Industries Energy (atual Reliant Energy), CSN e Eletricité de France (EDF).

2001 - Após a aquisição das ações de sócios, o controle passa a ser exclusivamente da americana AES e a empresa passa a se chamar AES Eletropaulo.

2003 - Após a reestruturação das dívidas da empresa com a ajuda do BNDES, a Eletropaulo passa a ser controlada, indiretamente, pela Cia Brasiliana de Energia de cujas ações a AES detem 50% mais uma ação e o BNDES 50% menos uma ação.

Controle e Administração

Cadeia de controle
 Como vimos na Breve História, a Eletropaulo é controlada indiretamente pela Cia Brasiliana de Energia, empresa da qual a AES detém 50% mais uma ação e o BNDES 50% menos uma ação. Completando a cadeia de controle, a Brasiliana possui 98,26% do capital da empresa AES Elpa que, por sua vez, detém 77,81% das ações ordinárias da Eletropaulo. 
O presidente da empresa é Britaldo Pedrosa Soares.


Últimos Resultados

Ano de 2010

Efeitos não recorrentes
 Impulsionada por crescimento de 5,0% no volume de energia distribuída, e um aumento médio de tarifa de 8,0% a partir de julho, a receita da empresa avançou 10,4% em 2010. 
Como o custo de vendas subiu somente 5,8% e as despesas operacionais - beneficiadas por reversão de despesas assumidas pela Fundação CESP - caíram, houve um pulo de 16,5% no lucro líquido. Sem a queda de 61,9% na receita líquida financeira e o aumento de 70,7% nos tributos o impacto teria sido ainda maior. 
Além da reversão de despesas mencionada é claro que a disparidade entre os aumentos na receita e no custo de vendas não pode ser considerado um efeito recorrente.





Primeiro Trimestre de 2010

Fatores sazonais
 Houve aumento de receita de 7,2% com relação ao primeiro trimestre de 2010. De novo, a melhora se deve a uma combinação de consumo maior e ajuste positivo de tarifas. Como o custo de vendas e despesas operacionais cresceram somente 5,6% no período, o resultado foi um pulo de 26,4% no lucro líquido. Mesmo assim, influenciado por fatores sazonais este lucro ficou cerca de 16% abaixo do lucro trimestral médio de 2010. Ainda houve um aumento nos tributos que foi compensado por uma redução nas despesas financeiras líquidas.

Negócio

Maior da América do Sul
 A AES Eletropaulo, maior distribuidora de energia elétrica da América do Sul, fornece energia elétrica a 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital. A concessão da empresa engloba 4.526 km², sendo caracterizada por alta densidade e concentração dentro de seus limites do maior PIB do Brasil. 
A Eletropaulo opera 149 subestações além de malha de cabos aéreos e subterrâneos de distribuição e subtransmissão de mais de 45 mil quilômetros. 
O Contrato de Concessão de Distribuição de Energia Elétrica foi assinado em 15 de junho de 1998 e tem prazo de duração de 30 anos.






Contencioso com Eletrobrás


R$ 1,1BI em discussão

 O contencioso trata de um empréstimo obtido pela estatal Eletropaulo Eletricidade de São Paulo pré-cisão junto à Eletrobrás. A "discussão judicial", iniciada em 1988, envolve questionamentos relativos à periodicidade da correção monetária aplicável (anual ou mensal) e as responsabilidades, entre as empresas cindidas, pelo pagamento do saldo devedor dela decorrente. 
Como os assessores legais da Eletropaulo ainda consideram como "possível" uma decisão favorável no processo a empresa ainda não fez nenhuma provisão. O valor total em discussão, já atualizado, é de R$ 1,1BI.




Análise de Múltiplos

Alerta de sempre
 Como sempre, alertamos que a Tabela de Dados é sujeita a todo tipo de distorção, com destaque para os efeitos da inflação e das variações cambiais. Aqui estamos mais interessados em tendências e ordens de grandeza do que números precisos. Para facilitar a comparação com o período anterior, usamos "dólares ajustados" (explicados em nota abaixo da Tabela) para os anos a partir de 1999, fortemente impactados pela desvalorização. Não 
se deve atribuir importância excessiva à previsão de lucro para 2011, feita parcialmente por computador.



Descontos: pequenos relativos ao passado, ...

 Devido à dispersão dos lucros ao longo dos 12 anos mostrados na Tabela de Dados, concentramos nos indicadores dos últimos 5 anos. Mesmo neste período as distorções causadas pela adoção das normas contábeis do IFRS a partir de 2009 dificultam comparações. 
Apesar das limitações mencionadas fica clara a melhora no retorno sobre patrimônio líquido ao longo de 5 anos. Mesmo assim, tanto o atual preço/lucro quanto o atual preço/patrimônio líquido estão abaixo das suas médias do período. Mas devemos tomar cuidado porque o preço da ação teve forte queda após o pagamento recente de dividendos de R$ 5,20 por ação.






 Trazendo os dividendos de volta ao preço temos P/L de 4,9x e preço/patrimônio líquido de 158%, cifras menos atraentes mas ainda abaixo das médias de 5 anos de 6,9x e 168%, respectivamente. 
Embora tenha havido boa melhora de margem líquida, os indícios dos últimos 3 anos do período sugerem que um patamar tenha sido atingido.






 Destacamos o yield de dividendo fabuloso de 16,5%. De fato, a porcentagem, calculada com payout de 70,8%, é conservadora. Usando o payout próximo de 100% evidenciado nos últimos 4 anos obtemos o yield estupendo de 23%! 
A posição financeira é muito tranquila, bem diferente dos anos 2003-2005.



... moderados relativos ao "setor", ...

 Em vez de comparar os indicadores da Eletropaulo com as médias de seu setor, é conveniente compará-los com os da distribuidora Coelce que, apesar de ter um terço da receita, possui características semelhantes. Embora a empresa menor tenha retorno sobre patrimônio parecido e posição financeira menos robusta, seu preço/lucro (pré-dividendo) é 18% mais caro e seu preço/patrimônio líquido (pré-dividendo) 17% mais caros que os indicadores da Eletropaulo.

... e imensos relativos à base

 Comparando as médias dos indicadores das duas distribuidoras com as médias de nossa base de dados constatamos que o retorno sobre patrimônio é 78% acima da base, o P/L e preço/patrimônio líquido 61% e 32% menores, e o yield 4,7 vezes maior! Os descontos oferecidos pelo P/L e preço/patrimônio líquido da Eletropaulo sozinha são, respectivamente, 64% e 37%.

Yield da base vezes 5

 Em resumo, os indicadores de mercado da Eletropaulo mostram pequenos descontos sobre os anos recentes e moderados descontos sobre os indicadores atuais da Coelce. Em relação às médias de nossa base de dados os descontos apresentados pelas duas empresas são imensos. A grande atração da Eletropaulo, no entanto, é seu yield de dividendos que é 5 vezes o yield médio de nossa base de 125 empresas.

Cálculo do Valor Intrínseco

Lucro base conservador?

 Levando em conta os fatores não recorrentes mencionados na análise dos resultados de 2010, e a possível redução de tarifa na revisão periódica programada para o segundo trimestre deste ano, resolvemos estabelecer inicialmente, como lucro base, 85% do lucro efetivo de 2010. Dá R$ 1.146MM.


Nenhuma expansão


 Não observamos nenhuma expansão significativa nos registros de 12 anos exibidos na Tabela de Dados, nem nas receitas nem no volume da energia faturada (não entendemos os dados de volume de energia de 2009 e 2010). Devido à dispersão dos dados, o registro de lucro do período não permite a identificação de tendências.

 Os dois anos de prejuízos observados no período não suscitam grande preocupação. O resultado negativo de 2002 se deve ao programa de racionamento imposto pelo governo. O prejuízo de 2005, envolvendo forte aumento no custo de vendas, é atribuído pela empresa a efeitos não recorrentes. 
Baseado no desempenho histórico das receitas e do volume de energia faturado nossa premissa para crescimento de lucro, tanto de 10 anos quanto de perpetuidade, é de 0%.






Payout chutado

 Consideramos arriscado adotar como payout a média dos últimos 4 anos de mais de 100%. Afinal é muito fácil mudar a política de dividendos de um momento para outro perante maior necessidade de fundos. Então vamos chutar um payout perpétuo de 70%.

Margem de segurança entre 81% a 105%

 Usando 7,1% como a taxa de desconto obtemos um preço intrínseco de R$ 67,52 reais, 105% acima do preço de mercado de R$ 33,00. Se baixarmos o lucro base, adotando 80% do lucro efetivo de 2010, ou R$ 1.078MM, o preço intrínseco cai para R$ 63,51 e a margem de segurança para 92%. E com 75% do lucro de 2010, ou R$ 1011MM, obtemos preço intrínseco de R$ 59,57 e margem de 81%.

Tabela de Premissas e Resultados


Discussão


Análises convergem


 Os descontos estimados pela Análise de Múltiplos (64% no caso do P/L) e pelo Cálculo do Valor Intrínseco (48%) são da mesma ordem de grandeza.

Riscos e descontos


 Dada à natureza não cíclica do segmento de distribuição, e a pouca variação dos indicadores de investimento da Eletropaulo e Coelce nos últimos anos, concluímos que o desconto exibido pelas empresas com relação ao mercado é estrutural e se deve ao risco regulatório. Quanto ao desconto adicional oferecido pela Eletropaulo com relação ao da Coelce, há pelo menos duas possíveis explicações: o risco apresentado pelo contencioso com a Eletrobrás; e o melhor registro de rentabilidade histórica oferecido pela distribuidora menor.

Retornos do investidor parecidos


 Aliás, é interessante voltar à comparação da Eletropaulo com a Coelce. As duas empresas se destacam por seus altos yields de dividendos nos últimos anos, com o da Eletropaulo se sobressaindo. No entanto, enquanto a Coelce apresenta razoável expansão de receita e lucro ao longo dos últimos 12 anos, a receita da Eletropaulo ficou praticamente estacionária.


 De fato, somando o yield e o crescimento das duas empresas, temos, pela Fórmula de Gordon, retornos para o investidor muito parecidos. A situação se repete no cálculo do valor intrínseco: embora a Eletropaulo apresente vantagem, os dois papeis apresentam margens de segurança da mesma grandeza e não muito distantes de 100%. E ambas as empresas enfrentam prováveis revisões tarifárias negativas na segunda metade deste ano.


Posição financeira divergente


 Mas há diferenças. Ultimamente, os investidores na Coelce tiveram que esperar por mais de um ano depois do fim do ano contábil para receber os dividendos. Há diferenças, também, na posição financeira das duas empresas, com os indicadores da Coelce apresentando bem menos robustez que os da Eletropaulo - explicando, talvez, a demora no pagamento de dividendos pela primeira.


Dependência de dividendos


 Por um lado, preferimos uma empresa cujo retorno para o investidor depende mais do crescimento do que da política de dividendos, facilmente alterada. Por outro, não achamos razoável esperar mais de um ano para receber dividendos.


Quantificação dos riscos



 É difícil quantificar o risco apresentado pela revisão quadrienal de tarifas programada pelo segundo semestre. Em 2011, pelo menos, o estrago de uma revisão para baixo seria pequeno porque as novas tarífas só deveriam ser implementadas nos últimos meses do ano. E, tomando uma possibilidade extrema, estimamos que uma queda de 10% no lucro a partir de 2012 seria facilmente absorvida pela premissa de um lucro base equivalente a 80% do lucro efetivo de 2010.




 O risco advindo do contencioso com a Eletrobrás (ver Seção sobre o assunto) também é difícil de dimensionar. Por exemplo, o parcelamento da dívida potencial de R$ 1,1BI, próximo do atual lucro anual da Eletropaulo, ao longo de 10 anos não comprometeria seriamente o retorno do investidor (embora inicialmente dobrasse a dívida líquida da empresa).


 Considerando todos os pros e contras resolvemos adotar como cenário mais provável o conjunto de premissas "B" na Tabela de Premissas na seção anterior. Observamos que a premissa de lucro base adotada, representa 29% do patrimônio líquido do fim de 2010, muito próximo, portanto, do retorno médio dos últimos 5 anos de 28%.

Conclusões e Recomendação

 Apesar de deter concessão em uma área que concentra o maior PIB do Brasil, a Eletropaulo não apresenta expansão da receita ou do volume vendido de energia elétrica ao longo dos últimos 12 anos. A empresa ainda exibe prejuízos ou lucro próximo de zero em três dos anos deste período. Por outro lado, a ação oferece um yield de dividendo excepcional de mais de 16%.

 Tanto a Análise de Múltiplos quanto o Cálculo do Valor Intrínseco sugerem que a ação da empresa oferece um desconto próximo de 50%. Embora atribuamos parte importante deste desconto à combinação do risco regulatório e risco advindo do contencioso com a Eletrobrás, avaliamos que o desconto sobreestima o tamanho do risco. 
Enquanto a empresa não crescer, praticamente todo o retorno oferecido ao investidor vem em forma do generoso yield de dividendos. Como é fácil alterar a política de dividendos isso representa outro fator de risco.





 Estimamos um preço intrínseco na faixa de R$ 63,51, que representa uma margem de segurança de 92%. Como as premissas usadas na avaliação são bastante conservadoras é nossa opinião que a ação da Eletropaulo oferece, apesar do risco moderado, uma opção atraente de investimento.

 Embora haja perspectiva de bons retornos médios em forma de altos dividendos recomendamos um horizonte de investimento de longo prazo (3-5 anos) para suavizar os efeitos de prováveis sobressaltos como a revisão para baixo das tarifas ou o reconhecimento da dívida junto à Eletrobrás.

 A posição financeira da empresa está tranquila e aguentaria o impacto da perda do contencioso com Eletrobrás.


 Nota Importante: De acordo com nossa política de transparência, informamos que o responsável por Ação&Reação administra uma carteira que detém uma posição da Eletropaulo.


Link: Site Ação e Reação